segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Uma dica para o ano novo: relações mais reais que virtuais

Bom, para início de conversa, pode ser que para você, querido leitor, eu esteja meio ultrapassado na maneira de pensar, e por isso nem queira perder tempo com esta reflexão. Porém, ainda acredito que exista um valor e um sentido mais profundo agregados aos costumes preservados por nossos pais. Por isso mesmo é estranho perceber que vivemos numa época em que praticamente não existem mais espaços sagrados, lugares de concentração, de encontro, onde a atenção seja voltada para um único objetivo. E engana-se você, amigo, se pensa que estou falando de religião. Não é só isso.

Uma coisa é verdade: cada vez mais a tecnologia diminui as distâncias, nos garante novos jeitos de estar juntos, outras formas de nos organizarmos socialmente; mas, paradoxalmente, o mesmo mecanismo que nos aproxima, em muitos casos vai, ao mesmo tempo, criando um exército de solitários, cujo convívio social se encerra na tela do computador, dos celulares, smatrphones, etc.. E, por conta disso, torna-se cada vez maior a dificuldade em se saber onde ficam os limites. Nos cinemas, teatros e igrejas, por exemplo, é, no mínimo, irritante, para os que desejam concentrar-se, o toque fora de hora dos celulares, que, por uma questão de bom senso, deveriam estar desligados durante as sessões ou cerimonias. Além, é claro, das infinitas mensagens de texto a serem lidas e respondidas em qualquer lugar, não se importando com quem está a volta.

Sinceramente, as vezes me pergunto porque algumas pessoas ainda aceitam sair com seus amigos se, na verdade passam o tempo todo em conversas paralelas com quem não está ali. Donde surge a questão.... Se essa pessoa do outro lado da tela ou da linha é tão mais importante que todos os que estão perto, porque não escolheu estar com ela? Sinceramente, não é justo roubar o tempo do outro para não lhe acrescentar nada, porque você está ocupado com outra pessoa, distante.

Ainda que a distância não deva ser um empecilho para a amizade, não se pode reduzir a vida aos relacionamentos virtuais. Eles não substituem os abraços, a alegria do encontro. A tecnologia é um paliativo para diminuir distâncias, não uma forma de substituir a presença física, tão importante. Falamos tanto em estar próximos, amar os outros, mas talvez seja o tempo de valorizar também. Não queira que as pessoas achem normal todas as suas formas desprezo (ainda que inconsciente) ao tempo que elas lhe dedicam, as vezes sacrificando outras coisas para estar com você.

Começando um novo ano é hora de fazer bem a lição de casa. É necessário mudar as atitudes, ou, rapidamente, com esses pequenos deslizes você estará sozinho, encerrado no seu computador. Não chore pelo abandono que sente se foi você mesmo que, por vezes, afastou-se dos outros. Cada um tem dos outros aquilo que cativa. E, talvez esteja na hora de mudar um pouquinho.

Que tal investir um pouco mais na valorização de suas amizades reais? Pode ser um bom projeto para um novo ano que se inicia.


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